Oi pessoal!

Ontem, dia 26 de janeiro foi comemorado o Dia da Gula. Pecado, resposta fisiológica do organismo ou como dizem por aí, falta de vergonha na cara?

Vamos aos fatos:

A gula pode ser considerada um distúrbio alimentar, caracterizado pelo uso da comida como compensação por algo que não está bem, pode ser  frustração, tristeza, solidão ou um refúgio. Quando comemos, nosso cérebro recebe uma carga de dopamina, que é um hormônio relacionado com o prazer. O problema é quando esse prazer começa a agir de forma descompensada e o organismo precisa cada vez mais dopamina para satisfazer sua necessidade, então comemos além do necessário para satisfazer a gula. Com o tempo, resulta em excesso de peso.

Se por um lado tem origem emocional, também pode ser explicada por mecanismos fisiológicos.

A população nunca esteve tão obesa, e a gordura que hoje é vilã, foi necessária para o sucesso da evolução. A gula foi um instinto para que o homem guardasse a maior quantidade de energia possível, proporcionando vantagens de sobrevivência em condições como frio, neve, seca e resistir a longos períodos de fome.

O problema é que a comida parou de ser escassa, o acesso a alimentos com gordura saturada, fast foods, carboidratos de rápida absorção e açúcar é cada vez mais fácil. Porém a predisposição em estocar gordura continuou presente.

Além dessa explicação genética, outras regiões do cérebro estão envolvidas no controle da fome e saciedade.

Existe um hormônio chamado leptina. É produzido pelas células de gordura do corpo. A quantidade de leptina avisa o quanto temos de gordura acumulada. Ou seja, a concentração de leptina elevada avisa ao cérebro que estamos com uma boa reserva energética, e assim, sentimos menos fome. Mecanismo maravilhoso. Porém, pessoas acima do peso eventualmente apresentam resistência à ação da leptina, que não é reconhecida pelo cérebro, então, comem mais do que precisam.  Se analisarmos por esse lado, não podemos culpar o obeso por comer demais, pois ele não tem controle sobre a sensação de saciedade.

Um mecanismo de fome e saciedade funciona da seguinte forma: a grelina, hormônio produzido no estômago, estimula o hipotálamo a “sentir fome”. Quando a comida chega no estômago, os níveis de grelina diminuem e a distensão gástrica avisa que o estômago está cheio. Detalhe importante: esse processo dura em torno de 20 minutos. Daí vem a orientação: coma devagar, saboreando bem o alimento, mastigue bem, em torno de 20 segundos, desligue TV, celular, computador. Dedique esse tempo à alimentação. Quando o alimento chega no duodeno, outro hormônio, colesistoquinina é liberado por estímulo da gordura e das proteínas presentes no alimento. Esse hormônio também é responsável pela inibição da ingesta alimentar. A insulina produzida no pâncreas e a leptina, produzida no tecido adiposo, vão indicar ao hipotálamo que estamos satisfeitos. Quando os alimentos chegam ao intestino grosso, outros dois hormônios são liberados, o PYY e o GLP-1, e ajudam a reforçar que é hora de parar. Quando há qualquer falha nesse mecanismo, a informação sobre saciedade não chega ao cérebro, o que nos faz perder o controle sobre a ingesta alimentar.

E como melhorar isso?

Muitas vezes a terapia nutricional de forma isolada não resolve o problema. Se a fome é emocional, é necessário que o paciente encontre a fonte desse problema. Ajuda psiquiátrica, psicológica, farmacológica são aliados no tratamento.

E como descobrir se a fome é emocional ou fisiológica?

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Fome emocional: geralmente estimulada por olfato e visão, independe da necessidade do organismo, vem a qualquer hora, há um desejo alimentar específico e após saciar esse desejo, logo há outro desejo.

Fome fisiológica: respeita a necessidade do organismo, qualquer alimento “mata” a fome, tem horários pré-estabelecidos.

E quais as dicas?

Após descobrir a origem da fome, precisamos treinar o cérebro, o que requer muito esforço. É interessante se servir de pequenas porções durante o dia, tirar a comida da mesa ou sair da mesa, se livrar das “sobras”, utilizar mais alimentos com proteína e ricos em fibras que promovem mais saciedade e a velha dica: coma com calma, pelo menos 20 minutos cada refeição!

Beijos!

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